É possível conciliar namoro com games?

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Quem namora sabe que relacionamentos exigem dedicação dos dois lados. Enquanto é possível demorar semanas (ou até meses, em alguns casos) para rever alguns amigos sem que a amizade seja abalada, é difícil fazer o mesmo com uma namorada sem ganhar o temido prefixo “ex”. Assim, todos que começam a namorar percebem que é difícil manter a rotina de solteiro. Isso não é necessariamente ruim, lembrando que namorar alguém é estar ao lado da pessoa amada. Algo bom, não é mesmo? No entanto, como dito anteriormente, relacionamentos exigem dedicação. Não são raras as brigas ocasionadas porque alguém se dedica mais a uma atividade do que ao namoro. Mas e quando essa atividade é o video game? Assim como em outros casos, ninguém é perdoado pela falta de atenção. Até o aclamado produtor Peter Molyneux, famoso por ter criado a franquia Fable, já sofreu as consequências por se esquecer do mundo enquanto jogava. Em uma entrevista a um site internacional, o produtor afirmou que nos anos 80 per

Amar, o grande desafio

Resolvi encarar o amor como um ato de transformação e entendi que é preciso aprender a amar. Nesse caminho precisamos superar o amor romântico, entender o amor na lógica da abundância e praticar amor.

Talvez amar seja o grande desafio. A gente pensa que difícil é achar o cara, aquele que vai nos dar borboletas no estômago, mas só a quantidade certa para não dar dor de barriga. A gente pensa que difícil é ser amado e só mesmo se tornando a pessoa certa e eliminando nossas descompensações para alguém gostar de nós. A gente pensa que amor é acaso, sorte ou obra do destino, e se não deu certo ainda é porque não era a hora certa. Mas repito que talvez o grande desafio seja mesmo o ato de amar.
Foto: Gaelle MarcelUnsplash
Penso que o amor pode ser a solução para alguns dos grandes problemas da nossa existência. Penso que questionar e resistir as normas de gênero e modelo para as relações é um ato de resistência política e anti opressão.Penso que amar é um ato de transformação,mas para isso precisamos superar o grande desafio que é aprender a amar. Eu destacaria aqui três deles: superar o amor romântico, abraçar a abundância e despertar-se para a prática.

Desafio 1: Adeus amor romântico

Mesmo com toda minha fé em acasos e energia, acredito que amor é ação, e não obra do destino ou de autor de novela que guarda o melhor do romance para o final. Se o controle do amor estiver nas mãos de alguém, que seja nas nossas, porque onde não há liberdade pode haver compulsão, ou até paixão, mas amor não.
Por isso, nosso primeiro grande desafio é abandonar o mito do amor romântico, reconhecendo sua inadequação ao mesmo tempo que identificamos sua profunda influência nas nossas vidas. Acreditar em certo e errado faz parte da nossa cultura e poucas vezes conseguimos fugir disso. Pessoa certa, caminho certo, atitudes certas como homens, atitudes certas como mulheres, prazos certos a cumprir na relação e uma série de padrões que na minha experiência são bem difíceis de cumprir.
Deleuze já dizia que “o verdadeiro charme das pessoas reside em quando elas perdem as estribeiras, e não sabem muito bem em que ponto estão”. E eu diria que o mesmo vale para o amor. Todas essas ideias de como pessoas e relações devem ser nos colocam em uma constante posição de insegurança, que torna bem difícil a dissecação de alma que carece o amor.
Ficamos entendidos então que amor é diferente de união simbiótica entre duas pessoas. A união a que me refiro tem como base nossa mente consumista, e por isso é a busca por alguém que valha a pena intercambiar nosso pacote de personalidades. Essa união frequentemente vem com uma certa preguiça do outro quando as primeiras barreiras de proximidade são consumidas.
Já o amor tem como base o centro da nossa existência, e por isso é conectar essências através da nossa capacidade de se conhecer, conhecer o outro e seguir em frente nessa busca que, por ser muito mais profunda, não se cansa como a efemeridade de uma paixão.
O amor romântico, ou união simbiótica, é fundamentada em medo e separação, por isso é caracterizada pela proteção, poder, dependência e consequente perda de integridade. Por outro lado, amar é conectar sentimento e não só pensamento, é viver o ato de dar-se para o outro sem medo ou sacrifício, e contribuir para que o outro atinja sua mais alta potência e felicidade.

Desafio 2: abraçar a abundância

Nosso segundo desafio é abraçar a abundância. Os poliamoristas trazem ao amor uma contribuição que apesar de soar ameaçadora aos monogâmicos pode ajudar a tornar qualquer relação muito mais saudável: o amor não é escasso. Por mais que estejamos em um relacionamento saudável, estável e feliz, isso não nos impede de sentir desejo, nem tampouco amor por outras pessoas.
A ideia de amor romântico, que traz consigo o preceito de que existe uma pessoa certa, nos torna altamente seletivos em relação a quem iremos dar nosso amor. Se existe apenas uma pessoa certa, eu não posso perder tempocom as erradas, já dizia o velho ditado. Mas se não existe pessoa certa, e amor não é escasso, eu não vou perder nada em dar o meu amor. Por mais que sejamos monogâmicos, podemos abraçar essa ideia e reduzir muito nossa expectativa em relação a nós mesmos e em relação às pessoas a quem direcionamos nosso amor.
E ainda, se entendo que amor não é escasso, posso finalmente exercer o caráter produtivo de dar. Geralmente quando damos o que quer que seja, julgamos que estamos abrindo mão de algo e nos sacrificando. Mas a verdade é que dar não é perder. Quando damos o que está vivo em nós, trazemos a vida algo no outro e assim necessariamente recebemos de volta.

Desafio 3: despertar para a prática

A terceira é o despertar. Se amar é o desafio, precisamos de prática. Foi preciso um acaso para a maçã cair na cabeça de Newton, mas foi preciso mais que o acaso para Newton criar a teoria da gravidade a partir daí. Amores caem sob nós quando estamos despertos para o amor, senão eles realmente viram apenas longas dores de cabeça em domingos de ressaca.
O amor não é um lugar de descanso embaixo de uma árvore, é um movimento de estar desperto e consciente. O amor é um ato de fé, em si e nos outros, que pede de nós coragem para darmos sem garantias. E o amor pede acima de tudo prática: disciplina, concentração, paciência e preocupação constante em nos tornarmos mestres. Carlos Drummond de Andrade dizia que o amor é privilégio de maduros, e penso eu que maturidade é também ato de vontade.

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