É possível conciliar namoro com games?

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Quem namora sabe que relacionamentos exigem dedicação dos dois lados. Enquanto é possível demorar semanas (ou até meses, em alguns casos) para rever alguns amigos sem que a amizade seja abalada, é difícil fazer o mesmo com uma namorada sem ganhar o temido prefixo “ex”. Assim, todos que começam a namorar percebem que é difícil manter a rotina de solteiro. Isso não é necessariamente ruim, lembrando que namorar alguém é estar ao lado da pessoa amada. Algo bom, não é mesmo? No entanto, como dito anteriormente, relacionamentos exigem dedicação. Não são raras as brigas ocasionadas porque alguém se dedica mais a uma atividade do que ao namoro. Mas e quando essa atividade é o video game? Assim como em outros casos, ninguém é perdoado pela falta de atenção. Até o aclamado produtor Peter Molyneux, famoso por ter criado a franquia Fable, já sofreu as consequências por se esquecer do mundo enquanto jogava. Em uma entrevista a um site internacional, o produtor afirmou que nos anos 80 per

O Lado Bom dos Sentimentos “Ruins”



Antes de falar sobre esses sentimentos, nos próximos textos que virão, gostaria de dividir o que me levou a escrever essa série. Eu faço terapia a aproximadamente três anos, quando eu comecei era uma pessoa muito diferente de quem sou hoje, provavelmente eu nem seria amigo do Gabriel que eu era na época.
Esta série se baseia em como os sentimentos “negativos” como a raiva, tristeza, ciúmes, culpa, e em como somos educados para não senti-los, como isso afeta nossa vida, principalmente o desenvolvimento emocional dos homens.
É uma reflexão a partir da minha vivência. mas antes, vamos fazer um pequeno resumo de como era a figura em questão: eu.

Passividade

Eu não iria me impor, não importa o quanto eu fosse contra o que estava acontecendo, não por não ter coragem de falar as coisas ou por sofrer algum tipo de represália, simplesmente por achar que eu ser contra a situação poderia magoar o sentimento dos outros. Eu passei minha infância jogando RPGs, em sua maioria medievais, eu cresci com o arquétipo do Herói, o valoroso personagem que se sacrifica pelo bem dos outros, fazer o certo nunca foi sobre o que é melhor para todo mundo, incluindo para minha vida, era sobre e pelos outros. E eu me sentia bem com aquilo, ou pelo menos tinha criado um mecanismo de defesa que me fazia acreditar que eu estava bem com aquilo.
Me lembro da primeira sessão de terapia, quando falei pra Larissa sobre essa minha característica, cheio de orgulho sobre como eu era uma pessoa boa por colocar a felicidade dos outros acima da minha… A resposta dela foi como alguém jogando uma pedra em um espelho de vidro. De começo eu achei que não, que aquilo era quem eu era e como eu deveria ser, que ela estava errada e como com o tempo eu ia provar que meu jeito de ser fazia sentido sim.
Só que eu estava errado, aquele espelho era uma porta, o primeiro passo para me levar a um Gabriel melhor, com o tempo eu fui vendo que dizer não, pensar em mim, ser justo comigo mesmo, ia sim afastar algumas pessoas, mas hoje eu vejo que, as pessoas que realmente sempre foram por mim, continuam ai, as ruins passaram, as que precisaram me ensinar coisas fizeram seu papel e independente das nossas necessidades e vontades, a vida seguiu seu curso, o tempo não espera ninguém.
Eu sacrifiquei muitas coisas na minha vida com esse pensamento, vagas de emprego, relacionamentos, sonhos e afins, pois colocar as minhas necessidades acima da dos outros, sempre soou como um crime na minha cabeça.

Idealização

Há três anos eu tinha a visão muito idealizada das coisas… amizades, relacionamentos, conversas e coisas assim. Sabe aquela coisa de querer conversar com o/a pessoa que você gosta, mas antes de falar já ter toda a conversa pronta na cabeça, inclusive as respostas da pessoa? De criar mil e um cenários pra cada pequeno detalhezinho que te tira do confortável mundinho da tua zona de conforto? Pois saiba que isso é um caso típico de Gabriel.
Eu me considerava um cavalheiro, não a visão machista de um homem que supre todas as necessidades de uma mulher, como se uma mulher precisasse do suporte ou autorização de um homem para validar sua existência. Nem a visão romântica de um cavalheiro como flores, chocolates e atitudes apaixonadas na famosa cena de aeroporto de filme romântico. Eu via ser um cavalheiro como alguém que, junto com a questão da passividade, formava uma figura que se doava, alguém altruísta que mais uma vez botava o outro acima de si mesmo.
Outro grande problema dessa idealização, sempre foi a questão de que isso me tornava alguém que iria amar e rejeitar na mesma intensidade, digo rejeitar por que na minha cabeça, ainda não existia a possibilidade de ter raiva de alguém. Eu sempre me dediquei 100% ao outro, e ia aceitando tudo que a pessoa jogasse em mim, até o dia que a pessoa passasse do limite comigo, ai eu virava uma bolinha de rejeição, que me fazia ficar muito mal, por dias, semanas e as vezes meses, hoje eu sei que o motivo era simplesmente por eu negar a existência desses sentimentos ruins e acabar internalizando tudo.

Procrastinação

Sempre fui uma pessoa de um milhão de planos, um milhão de idéias na cabeça e um milhão de desculpas e justificativas para não fazer. Planos na minha vida sempre foram muito mais uma questão de receber a validação e aprovação de outras pessoas, de ouvir pessoas me elogiando pelo trajeto que eu tinha criado, e ao receber o elogio, já não tinha motivação alguma para seguir com esses planos. Isso vale para vida profissional, saúde, atividade física, projetos paralelos, estudos e melhorias na minha area de trabalho e assim por diante.
De começo eu acreditava que simplesmente perdia o interesse, que os planos não faziam muito sentido, ou que qualquer outra atividade do dia a dia era muito mais interessantes, além é claro, do clássico, depois eu faço. Foram algumas sessões de terapia até entender a procrastinação e me entender nesse aspecto. O lado bom da Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é o fato de ser uma das linhas da psicologia que mais foca na parte prática do processo, eu sempre fui uma pessoa prática, então isso torna ela perfeita pra mim.

Insegurança

Sempre tive dificuldade em aceitar os méritos das coisas que eu fazia, nunca via nada que eu criava ou produzia, sejam trabalhos escolares, receitas (amo cozinhar), peças gráficas no meu trabalho, ou soluções criativas para projetos pessoais. Isso não significava que eu achava as coisas que eu fazia ruins, que não gostava ou ficava satisfeito com os meus próprios resultados, eu simplesmente não sabia como lidar com o reconhecimento que as outras pessoas me davam.
Para mim, qualquer coisa que eu fizesse, não era merecedora de reconhecimento por na minha cabeça, eu não estar fazendo nada além do mínimo, como se aquilo fosse nada além da minha obrigação. Receber elogios não me dava uma sensação de prazer, me causava até um certo sentimento negativo, me levando a deixar de fazer coisas, exatamente para que isso não ocorresse.
Depois de um bom tempo de análise ficou claro o quanto isso estava relacionado a minha passividade, uma pessoa que faz pelos outros mais do que por si mesmo, não pode se valorizar, como se o orgulho só fosse possível, se estivesse andando de mãos dadas com a arrogância, como se ver a si mesmo como bom no que faz, fosse o mesmo que ver os outros como menos, mas não é assim que os sentimentos funcionam.

Mas o que tudo isso tem a ver com o tema?

Sem entender cada uma dessas características, sem aceitar minha passividade, minhas idealizações, minha procrastinação e minha insegurança, não teria como seguir em frente e lidar com o problema maior, que estava por trás do fato: eu passei minha vida toda moldando uma personalidade passiva, que não mostrava, não se permitia sentir toda uma gama de sentimentos que eu acreditava serem ruins, mas na verdade me colocavam no mesmo nível que qualquer outra pessoa.
Sentir raiva não me faz uma pessoa ruim, deixar a raiva assumir o controle e fazer mal para os outros sim. Sentir o mínimo de ciúmes em um relacionamento não é algo negativo, deixar que o ciúmes guie os seus pensamentos, de um modo que isso te faça querer controlar a outra pessoa sim. Chorar como uma criança quando está triste ou com medo não tem nada de errado, deixar esses sentimentos crescerem e virar uma pessoa que se afasta para não se machucar sim. Sentir orgulho de si mesmo, achar que as coisas que fez são muito boas não é algo para se envergonhar, achar que os outros são menos que você e que é o dono da razão sim.
Em resumo, sentimentos, como o nome já diz, foram feitos para serem sentidos, fazem parte da nossa espécie e nos ajudam a crescer e evoluir como indivíduos. E cada sentimento merece, nas próximas semanas, um texto próprio, abordado de forma mais cientifica e aprofundada.

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