Antes de falar sobre esses sentimentos, nos próximos textos que virão, gostaria de dividir o que me levou a escrever essa série. Eu faço terapia a aproximadamente três anos, quando eu comecei era uma pessoa muito diferente de quem sou hoje, provavelmente eu nem seria amigo do Gabriel que eu era na época.
Esta série se baseia em como os sentimentos “negativos” como a raiva, tristeza, ciúmes, culpa, e em como somos educados para não senti-los, como isso afeta nossa vida, principalmente o desenvolvimento emocional dos homens.
É uma reflexão a partir da minha vivência. mas antes, vamos fazer um pequeno resumo de como era a figura em questão: eu.
Passividade
Eu não iria me impor, não importa o quanto eu fosse contra o que estava acontecendo, não por não ter coragem de falar as coisas ou por sofrer algum tipo de represália, simplesmente por achar que eu ser contra a situação poderia magoar o sentimento dos outros. Eu passei minha infância jogando RPGs, em sua maioria medievais, eu cresci com o arquétipo do Herói, o valoroso personagem que se sacrifica pelo bem dos outros, fazer o certo nunca foi sobre o que é melhor para todo mundo, incluindo para minha vida, era sobre e pelos outros. E eu me sentia bem com aquilo, ou pelo menos tinha criado um mecanismo de defesa que me fazia acreditar que eu estava bem com aquilo.
Me lembro da primeira sessão de terapia, quando falei pra Larissa sobre essa minha característica, cheio de orgulho sobre como eu era uma pessoa boa por colocar a felicidade dos outros acima da minha… A resposta dela foi como alguém jogando uma pedra em um espelho de vidro. De começo eu achei que não, que aquilo era quem eu era e como eu deveria ser, que ela estava errada e como com o tempo eu ia provar que meu jeito de ser fazia sentido sim.
Só que eu estava errado, aquele espelho era uma porta, o primeiro passo para me levar a um Gabriel melhor, com o tempo eu fui vendo que dizer não, pensar em mim, ser justo comigo mesmo, ia sim afastar algumas pessoas, mas hoje eu vejo que, as pessoas que realmente sempre foram por mim, continuam ai, as ruins passaram, as que precisaram me ensinar coisas fizeram seu papel e independente das nossas necessidades e vontades, a vida seguiu seu curso, o tempo não espera ninguém.
Eu sacrifiquei muitas coisas na minha vida com esse pensamento, vagas de emprego, relacionamentos, sonhos e afins, pois colocar as minhas necessidades acima da dos outros, sempre soou como um crime na minha cabeça.
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